A Incendiária - Stephen King
Nas últimas duas semanas eu estive lendo o livro “A Incendiaria”, e como foi bom. Por mais estranho que pareca, em meus muitos anos como leitor, nunca tinha lido um único livro do mestre Stephan King. Já havia tentado ler um livro dele tempos atrás, mas por algum motivo tinha desistido.
Mas dessa vez não
era possível que eu conseguiria parar de ler, uma vez que o livro já
começa de maneira bem agitada e imersiva. E perdura assim até o
final, então preparasse para consumir o livro que não é pequeno,
tendo mais de 400 páginas (que valem muito a pena).
Apesar de Stephen
King ser conhecido como o mestre do horror, esse livro está voltado
mais para a ficção-científica. A história gira em torno de Andy e
Charlie McGee, pai e filha respectivamente, ambos buscam refugiu de
uma corporação governamental chamada “A Oficina”.
Tudo isso acontece
porque Andy, um professor universitário, anos antes quando ainda era
estudante se envolveu em um experimento científico junto com sua
futura esposa Victoria. O Lote 6 acaba por alterar os corpos de seus
participantes, e com isso, Andy desenvolve habilidade para controlar
mentes, indo desde pequenos impulsos até obrigar alguém a coisas
extremas, como matar. Os efeitos sobre Victoria são mais simples, e
ela consegue “apenas” mover pequenos objetos telepaticamente,
ainda que sem muito controle sobre isso…
A grande questão
porém, é que Andy e Victoria acabam por ter uma filha, Charlene
(Charlie), que herda dos pais um poder perigoso e destrutivo.
Pirocinesia, a habilidade de atear fogo instantaneamente a sua volta.
E por esse motivo, A
Oficina tem tanto interesse na garotinha. Em alguns momentos querendo
matá-la, e em outros, querendo usar os poderes delas para bem da
nação em guerras. Andy, como qualquer pai, não aceita isso, e
dessa maneira, ele e Charlie são obrigados a viverem constantemente
em fuga. E é ai que o livro começa, com os dois em Nova Iorque,
fugindo. Todo o passado que acabo de resumir para vocês é narrado
no livro através de lembranças dos personagens.
Devido a constante
fuga, o livro está sempre em um ritmo mais agitado, contudo, como o
passado dos personagens é recheado de tragédias, ha muitos momentos
de reflexões e lembranças. Em muitos momentos, paramos um pouco
para tentar entender como Charlie se sente, já que não tem controle
sobre seus poderes e sabe que eles podem causar incidentes e até
mesmo mortes. Em certos momentos, ela é obrigada a usar seu poder
para que consiga sobreviver, e apesar de saber da necessidade, sabe
também que usá-los é errado, o que acaba por diversas vezes
confundi-la.
As relações
paternas entre Andy e Charlie também chamam a atenção e são
comoventes; a maneira como um se preocupa com o outro e como eles
formam uma grande equipe são notáveis.
Apesar de a história
girar em torno de pai e filha, existem muitos outros personagens na
trama; alguns que acabamos por adorar e admirar (como Irv Manders) e
outros que odiaremos (como Rainbird ou Capitão Hollister). E em
muitos momentos, a história é narrada através da visão desses
personagens. E outras vezes, até personagens sem quase nada de
importância, como, por exemplo, um segurança ou com uma balconista,
que tem um ou dois parágrafos contando sua visão da cena; mais ou
menos como acontece nos livros de Dan Brown (o escritor de Codigo
D’vinci e Anjos e Demônios) que talvez vocês já tenham lido.
A Incendiaria é um
livro que consegue transmitir ação e emoção, é no geral uma obra
bem grandinha e mesmo assim fica aquele sentimento de tristeza quando
o livro chega ao final. Por fim, eu não me importaria nem um pouco
se ele tivesse 100 ou 200 páginas a mais. Aprecio realmente a obra e
agora sei o que estava perdendo em relação a nunca ter lido nada de
Stephan King. Com toda certeza vou buscar outras obras dele. Foi um
tanto surpreendente eu ter encontrado A Incendiaria, já que é um
livro antigo (1980) e não sei exatamente porque ele me chamou
atenção na prateleira, já que a capa nem é das mais chamativas ou
interessantes. Mas fico feliz de ter descoberto o livro e recomendo
demais.
Ah, e só para
avisar, o livro virou filme em 84, com o título “Chamas da
Vingança” em português. O nome original do livro em inglês, é
“Firestarter”. Enfim, tenham todos uma boa leitura.
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