Bom dia gente!
A entrevista de hoje é com a Ana Rapha Nunes, ela escreveu A Lua Que Eu Te Dei e Mariana, logo logo traremos a resenha deles! A Ana é super simpática e ficamos muito felizes em fechar essa parceria, confiram:
- Primeiro, nos fale um pouco de você.
Sou Ana Rapha Nunes, professora e escritora, apaixonada por leituras desde que me conheço por gente. Além de viajar pelas palavras, adoro viajar pelo mundo, conhecendo novos lugares e novas pessoas.
- Quando que seu interesse pela literatura surgiu? Teve algum livro que foi como um gatilho?
Desde muito cedo, pois eu tinha uns três anos de idade e só dormia ouvindo as histórias que meus pais me contavam. Daí surgiu o interesse pela leitura que perdura até hoje. Com sete anos de idade, eu dizia que seria escritora, mas apenas mais de 20 anos depois eu realizei esse sonho e passei a trilhar o caminho da literatura.
Consegue escolher um gênero literário favorito?
Difícil. Amo romances, poemas, contos, crônicas… tudo depende do dia e do estado de humor.
- Sei que é uma pergunta bem clichê, mas você teve alguma inspiração para a criação de seus personagens? Eles são inspirados em pessoas reais? Tem algum personagem que se assemelha muito a você?
Não, nenhum deles é inspirado em alguém real diretamente, nem mesmo em mim. Mas todos eles têm base naquilo que eu vejo e que eu sinto, há sempre uma subjetividade muito grande, mas não posso dizer que, por exemplo, a personagem de Bebel se parece com alguém que eu conheço.
- Você consegue escolher sua personagem favorita no seu livro? Por que ela é a que mais gosta?
Não consigo. Cada um deles tem um toque especial. O Luan, de A Lua que eu te dei, é um fofo, menino que a todos encanta. Os leitores se apaixonam por ele. A Bebel, do mesmo livro, é mais danadinha, mas também me encanta o seu gênio forte. Amo Fátima, mãe de Mariana do livro Mariana, um doce de pessoa, um sonho de mãe. São tantos, amo cada um deles, são como filhos, difícil escolher um preferido.
Tem algum personagem, de qualquer livro, com quem você se identifica muito?
Às vezes, me sinto um pouco Alice, entrando pelo mundo da imaginação, conversando com coelhos, enfrentando rainhas más e a partir de tudo isso, criando histórias para compartilhar com os meus leitores.
- Sei que é uma pergunta muito difícil, mas preciso fazê-la, qual seu livro, ou livros, favoritos?
É difícil mesmo, vou citar alguns, impossível dizer todos. Dos clássicos: Grande sertão veredas (Guimarães Rosa), A hora da estrela (Clarice Lispector), Vidas secas (Graciliano Ramos). Já do gênero infanto-juvenil amo As reinações de Narizinho (Monteiro Lobato), A garota das laranjas (Jostein Gaarder) Sonhos em amarelo (Luiz Antonio Aguiar), A bailarina fantasma (Socorro Acioli). São só alguns exemplos, há muitos mais.
- Enquanto você escrevia, você mostrou seus progressos para alguém? Pediu opinião e conselhos? Ou só mostrou aos olhos do público depois que considerou pronto?
Sim, mostrei. Meu namorado, meu pai e minha irmã leram os manuscritos e foram conhecendo a história antes mesmo de ela ficar pronta. Eles são os meus primeiros leitores.
- Em relação a escrita do livro, você é perfeccionista? Como soube que estava pronto, que não tinha mais nenhum detalhe a ajeitar?
É difícil colocar um ponto final, mas é preciso. O autor chega a essa conclusão após infindáveis leituras. Geralmente, tenho um plano traçado, onde quero chegar com aquele livro, clímax, desfecho, tudo. Quando vejo que a história está pronta, daí começam as revisões, troca de palavras, frases, o aprimoramento da linguagem. Mas chega uma hora, após tantas leituras, que é preciso soltar o texto, deixá-lo livre, ganhar asas para o mundo nas mãos do leitor.
- Escrever sempre foi algo importante para você? Ou só surgiu depois que estava com a ideia do livro na cabeça?
Sempre foi muito importante, sempre fez parte da minha rotina. Queria ser escritora aos sete anos de idade. Na adolescência enchia cadernos de versos e histórias. Mas a dedicação diária à literatura veio mais recente, com a ideia de concluir um livro.
- Na escrita do livro a ideia surgiu pronta e você logo a escreveu ou foi um processo de criação longo onde com o tempo a história foi tomando forma?
A ideia principal vem pronta, mas as cenas vão sendo criadas aos poucos. É no dia a dia que a história vai tomando forma, nos pequenos detalhes que vão sendo aprimorados.
- Tem algum livro que você leu e pensou “Nossa gostaria de ter escrito isso”?
Sim, alguns. O mais recente foi “A extraordinária jornada de Edward Tulane” (Kate DiCamillo), é um livro encantador, que te prende do início ao fim, tem o estilo de história que eu gosto, daqueles te faz sentir e pensar. Adoraria ter escrito esse livro, ter criado Edward.
- Bate e volta, essas são perguntinhas só de curiosidades, para conhecermos um pouquinho mais de você. Qual o livro que você leu que todo mundo gosta, mas você não suporta?
Não me lembro de nenhum.
- Qual escritor que você nunca leria?
Leio todos, até mesmo para poder criticar rsrs. Se você não ler, como poderá falar bem ou mal? É preciso conhecer primeiro…
- Tem alguma personagem que você gostaria de não ter conhecido?
O patrão de Vidas Secas, o qual a gente encontra todo dia pela vida real a explorar e maltratar pessoas.
- Qual a personagem que você ama de paixão?
Sherazade, que está sempre a contar histórias. As histórias a mantêm viva. Isso também ocorre comigo, as histórias me mantêm viva.
- Que livro que te fez chorar muito?
Vários: O diário de Anne Frank, O menino do pijama listrado, Meu pé de laranja-lima, Vidas secas, A garota das laranjas, entre tantos mais. Adoro livros que me emocionam!
- Qual o melhor cenário para ler?
Uma grama bem verde, um céu bem azul, o sol despontando no horizonte e eu com um livro em mãos sob a sombra de uma árvore, bebericando um café quentinho.
A minha casa.
Viagem de trem no Expresso Oriente, cruzando parte da Europa.
Espero que tenham gostado de conhecê-la! Fiquem de olho que logo teremos resenha dos livro dela.
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