Olá Corujas!

Estava o jovem Louis Drax no piquenique com seus pais comemorando por chegar finalmente aos nove anos de idade. O que é um motivo para se comemorar e celebrar intensamente até que algo no qual eles lutam intensamente para não acontecer marca presença também. Por um motivo o garoto acaba despencando do penhasco e vai parar em um desfiladeiro. 


Um pai sumido, uma mãe com os nervos em colapso e o jovem Louis em coma...
Como descobrir a verdade? O que aconteceu? Seria acidente? Ou vingança? Por quê?
Essas são perguntas que a polícia e o Dr. Pascal vão passar a desvendar.

Sobre o Livro:


Autora: Liz Jensen
Número de páginas: 288
Ano da edição: 2005

Editora: Nova fronteira

Sinopse: 

Louis Drax, de nove anos, é um menino como nenhum outro, uma criança-problema: inteligente, precoce, matreiro e perigoso. Todo ano, algo terrivelmente violento acontece com ele. Sua mãe vive em pânico. Louis está sempre no limiar entre a vida e a morte. Quando ele cai de um penhasco num desfiladeiro, o acidente parece quase predestinado. O menino sobrevive, miraculosamente — mas a família é destroçada. Louis entra num estado de coma profundo, do qual talvez nunca mais saia. Somente Louis detém a chave do mistério que cerca sua queda — e não consegue comunicar-se. Ou será que consegue?

Existem livros que têm uma motivação já explícita. Por exemplo: um livro do gênero aventura já pode concluir que nesse meio os personagens vão embarcar em uma jornada inexplicável, mas definir esse livro é mais complicado e confuso que se pode imaginar. 

A princípio eu achava que era sobre fantasia, mas tem um thriller psicológico ali, no entanto vemos uma historia de romance e com o um passar de mágica (pá) a gente percebe que o livro é o que a mente humano pode aguentar. De ações e consequências, a realidade e a fantasia, entre essas e outras dualidades. Isto é presente no livro começando pela narração, que é feita pelo ponto de vista de Louis dando um ar mais infantil, imaginativo e misterioso a historia e do Dr. Pascal Dannachet, dando seu olhar clinico e cético em relação ao que rodeia.

Louis é a criança viva que possui muita sorte ou é azarado, depende de como vai ser visto. Apesar da idade ele tem uma esperteza singular e os achem precoce, ainda não perde seu olhar infantil. Ele analisa as situações que o rodeia sabendo o que está intercorrendo, porém não deixa de imaginar que “o chão é lavar”. Ele tem uma mente sombria, gostando de seres ou tendo fascínio por morcegos, sangue, gente morta como Joana d’Arc e assim vai. Dando essa perspicácia peculiar, sendo incompreendido pelas outras pessoas.

Existem momentos que o pequeno notável se culpa pelas essas series de acontecimentos trágicos. Suas quase que constantes idas ao hospital afligiam seus pais. Sem falar que as pessoas o enxergam como uma criança problemática na qual sempre está à procura de atenção e isso é tão profundo que ele diz que “Os garotos não devem fazer suas mamães chorarem...”.  Muitas vezes achando que ele era um fardo ou como ele diz... Um pesadelo.


Gustave foi o primeiro personagem a ser inserido na história sem serem os seus pais e já trouxe um interessante a mais nessa trama. Ele é descrito como um homem com enfaixado e tende sangue nos mesmo, para Louis apesar de já acostumado ainda lhe causa horror ou assombro ver a figura amiga. Ele foi como consciência, amigo, anjo da guarda, confidente e outras coisas que pude percebe, guiando nesse trajeto do Louis.  Foi essencial esse personagem a trama ajudando Louis a entender o que aconteceu de seu acidente e a nós, a saber, de fato o que houve antes para ocasionar o acidente.

Os pais de Louis está há pouco tempo de um divórcio, mas pelo fato de seu filho está tendo mais um aniversário põe a diferença de lado e vão fazer um piquenique para comemorar, sempre tentando se mostrarem muito amigáveis, mas acaba não dando certo. O temperamento do pai do Louis, o Pierre, é como um homem irritável e até sendo agressivo, mas parece amar seu filho e com o passar dos capítulos vemos que nem tudo é o que parece. A mãe, Natalie, mostra uma mãe sempre preocupada com as constantes idas e vindas do Lou Lou ao hospital, o que acaba fazendo ela se tornar uma mãe muito protetora e preocupada, fazendo se tornar uma sentinela em relação o filho.

Dr. Pascal é como muitos aquele que entrou de gaiato no navio, médico competente e com uma família bonita. Contudo que sente que não está na mesma coisa, o que aumenta ainda mais quando ele conhece a mãe de Louis, seu novo paciente. Dr. Pascal me irritou muito, pois não mantinha uma cabeça mais desconfiada do caso, observava muito e no fim deixava se levar pelas as aparências. Somente quando ele começou a mal dar de determinadas situações, que acarretaram o coma Louis, pode por fim notar que nem tudo é o que parece.

Os personagens secundários como o Dr. Perez, a enfermeira Jaqueline, a mãe do Pierre Lucille e a detetive Charvillefort, acrescentaram muito a obra, entraram nos momentos certos fazendo emendar fragmentos soltos, sendo cada um deles muito bem desenvolvidos, sem tirar nem por. Cada um deles foi necessário para transcorrê-lo da normativa.



Este livro foi um daquele que não se dá muita importância, acreditava que vai ser muito bobinho e infantil, mas é surpreendente de ser lido. Jensen faz você perceber que pode te chocar e comover. E ela faz isso com uma maestria impecável.
Existe uma adaptação do livro para filme, apesar não transmitir o mesmo sentimento como o livro de chegar a chocar, que acho muito bom e necessário. Vale apena ver também.

Bom Corujas, por hoje fico por aqui. Ate breve!




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